Café Durante a Gravidez é Perigoso? Pode Fazer Mal?

Café Durante a Gravidez
Anúncios

Café durante a gravidez deve ser restrito apenas à quantidades moderadas, caso contrário pode sim ser prejudicial à saúde da gestante e do bebê.

Eu sei, se você é daquelas que não consegue ficar sem uma xícara para começar o dia e mais algumas doses até que ele termine, sua única opção será restringir o consumo na gravidez, já que não pode abandonar o costume.

Neste caso, o ideal seria substituí-lo pelo descafeinado e ficar atenta para não ultrapassar a recomendação diária 200 mg. Isso porque, mesmo os cafés descafeinados contém cafeína em quantidades menores.

Para se ter uma ideia, um expresso curto, por exemplo, tem aproximadamente 64 mg de cafeína, sendo que essa quantidade também pode variar entre os tipos de grãos e métodos de preparo da bebida.

Por isso, o jeito é ficar atenta tanto ao consumo da bebida quanto aos alimentos que contém cafeína.

Então, aproveite que na gravidez você já deve ter que largar alguns hábitos por nove meses, como parar de fumar e beber bebida alcoólica, evitar certos alimentos, entre outros, e comece a diminuir o consumo do café.

No post abaixo, vamos explicar porque durante a gravidez o cafezinho pode ser perigoso, quais as possíveis complicações em caso de ingestão em excesso, e ainda dar dicas de como você pode diminuir esses consumo.

Afinal, café durante a gravidez pode ser prejudicial?

É muito comum a dúvida entre as gestantes sobre como o café pode ser prejudicial na gravidez.

Embora muitas pesquisas e estudos não sejam totalmente conclusivos, o que se sabe hoje é que o risco do consumo de café durante a gravidez está mais relacionado à quantidade.

Na verdade, não é bem o café que faz mal, mas uma quantidade de cafeína em excesso no organismo.

Há um consenso científico geral de que gestantes podem tomar café, desde que não exceda mais que 200 mg de cafeína por dia (três cafés espressos).

Se para um indivíduo normal a quantidade diária de cafeína deve ser controlada para evitar problemas de saúde, no caso da gravidez esses cuidados devem ser redobrados.

Isso porque não só a cafeína ingerida cai na corrente sanguínea da gestante, como também permanece ali por mais tempo (3 vezes mais) durante a gravidez, potencializando os seus efeitos.

Esse efeito ocorre pois, durante a gestação, o corpo da mulher tem mais dificuldade para absorver a cafeína, prolongando seus efeitos.

Além disso, a substância passa para o bebê através da placenta.

Neste caso, o organismo do feto ainda não está totalmente desenvolvido e tem mais dificuldade em processar e eliminar a substância. Só para ter uma ideia, nessa fase de vida, o feto ainda não produz a enzima para digestão da cafeína, o que se torna prejudicial para a saúde do mesmo.

Portanto, em quantidades moderadas, o café é seguro para a gestante, mas se o consumo for elevado pode acabar prejudicando tanto a mãe quanto o bebê.

deliciosa xícara de café

Como a cafeína age no organismo

A cafeína é por si só, um estimulante natural, que quando cai na corrente sanguínea, pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca da pessoa.

Para quem não está grávida e tem boa saúde, não há mal nenhum, pois a substância aumenta a disposição e o foco, entre outros benefícios.

No entanto, para as gestantes uma elevação na pressão sanguínea é um risco aumentado para aborto, parto prematuro ou com baixo peso.

Além disso, a cafeína também tem propriedades diuréticas, que podem levar à desidratação, visto que na gravidez já há um aumento na frequência urinária por conta da pressão na bexiga.

Veja em mais detalhe os efeitos do café durante a gravidez na gestante e no bebê:

Efeitos da cafeína no organismo da gestante

A cafeína em excesso no organismo costuma aumentar a frequência cardíaca e estimular o metabolismo.

Por isso, o café quando atinge a corrente sanguínea pode provocar agitação e alterações no sono, dificultando o aparecimento do sono.

O consumo excessivo de café também causa uma maior vasoconstrição, uma diminuição no diâmetro dos vasos sanguíneos.

Esse efeito é especialmente problemático para as gestantes, pois pode afetar o desenvolvimento da placenta e diminuir a oxigenação para o feto.

Além disso, a cafeína em excesso dificulta a absorção de ferro pelo organismo, um mineral importante para evitar anemias, e ainda mais essencial na gravidez, que exige doses extra da substância.

Por fim, o café e toda bebida cafeinada aumenta a produção de suco gástrico, podendo causar refluxo gastroesofágico, azia e ansiedade, bem como ainda piorar outros problemas digestivos, comuns na gravidez.

Efeitos da cafeína no organismo do bebê

A grande verdade é que os efeitos do consumo excessivo de café durante a gravidez é pior para os bebês.

Isso porque a cafeína que entra no organismo da gestante vai direto para corrente sanguínea do bebê, atravessando as paredes da placenta rapidamente e atingindo o líquido amniótico.

Como o bebê ainda não possui um sistema digestivo completamente desenvolvido, o seu organismo (fígado) não consegue metabolizar a substância, podendo acumular nos tecidos fetais.

A cafeína pode também aumentar a frequência cardíaca do bebê e causar arritmias, impactando de forma considerável o seu desenvolvimento.

Por fim, a substância proveniente do café também tem propriedades altamente estimulante e viciante. Assim, em grandes quantidades, pode levar o bebê à síndrome de abstinência, desencadeando várias crises.

xícara com bebida cafeína

Então qual a quantidade ideal?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que gestantes devem consumir menos de 300 mg diários de café durante a gravidez.

Há um consenso de que essa quantidade pode ser aproximadamente 200mg de cafeína, o equivalente a, no máximo, três xícaras de espresso de café por dia.

No entanto, a quantidade de cafeína vai variar bastante de acordo com o tipo de café e preparo.

Por exemplo:

  • Café coado tradicional (1 xícara de café – 200 ml): de 80 a 100 mg de cafeína
  • Café expresso (30 ml): de 40 a 75 mg de cafeína
  • Café solúvel (1 colher de chá): 57 a 120 mg de cafeína
  • Café descafeinado (150 ml): 2 a 4 mg de cafeína

Além disso, existem outras bebidas e alguns alimentos que também contém cafeína, contribuindo para o aumento dessa dose diária.

Se você consumir chás, chocolate ou refrigerante, você terá que restringir ainda mais o consumo de café para não exceder a recomendação diária.

Outros alimentos e bebidas que contém cafeína

Não é apenas o cafezinho o grande vilão, qualquer outra bebida ou alimento pode também ter suas doses de cafeína.

Por isso, se você costuma ingerir esses alimentos e bebidas abaixo, terá que incluí-los também no cálculo.

Vale lembrar que alguns medicamentos também possuem certas doses de cafeína em sua formulação. Veja a seguir:

  • Ice Tea (350 ml): 30 a 60 mg de cafeína
  • Chás preto e verde (xícara de 200 ml): 15 a 60 mg de cafeína
  • Chás verde (xícara de 200 ml): 25 a 40 mg de cafeína
  • Chá mate (xícara de 200 ml): 20 a 30 mg de cafeína
  • Bebidas energéticas (250 ml): 80 mg de cafeína
  • Refrigerantes de cola (350 ml): 30 a 35 mg de cafeína
  • Refrigerantes de guaraná (350 ml): 2 a 4 mg de cafeína
  • Chocolate ao leite (100 g): 3 a 30 mg de cafeína
  • Chocolate meio amargo (40 g): 8 a 20 mg de cafeína
  • Chocolate amargo (100 g): 15 a 70 mg de cafeína
  • Achocolatados em geral (250 ml): 4 a 5 mg de cafeína
  • Achocolatado meio amargo (250 ml): 17 a 23 mg de cafeína
  • Cacau em pó (100 g): 3 a 50 mg de cafeína
  • Bebidas energéticas (250 ml): 36 a 80 mg de cafeína
  • Dorflex (1 comprimido): 50 mg de cafeína
  • Neosaldina (1 comprimido): 30 mg de cafeína

Dicas para diminuir o consumo de café durante a gravidez

Agora que você sabe que alguns alimentos e bebidas também podem conter doses de cafeína, fica mais fácil controlar a ingestão diária da substância.

Fique atenta aos sintomas de abstinência como fadiga, dor de cabeça, tonturas e fraqueza, se você estiver acostumada a altas doses diárias de cafeína.

O ideal seria ir diminuindo o consumo gradativamente para não sofrer esses sintomas. Além disso, algumas dicas podem ajudar a ajustar as doses diárias:

  • Diminua aos poucos a quantidade de xícaras de café consumidas ao longo do dia, passando a utilizar cada vez menos pó para o seu preparo ou substitua pelo descafeinado;
  • Troque o chá verde ou preto por chá de camomila, hortelã ou erva-cidreira;
  • Evite os refrigerantes, por conta não só da cafeína, mas do excesso de açúcar e outras substâncias prejudiciais à saúde (benzeno e corantes), que tornam o sangue ácido e prejudicam a absorção de cálcio pelo organismo;
  • Diminua o consumo diário de chocolate e achocolatados;
  • Reduza a quantidade de cafeína dos chás diminuindo o tempo de contato da água com as folhas ou sachês;
  • Não consuma bebidas energéticas.

Veja tambémCafé Requentado: Faz Mal à Saúde ou é Mito?

Compre itens de café com desconto!