Tipos de Torra de Café: As 3 OpçÔes Disponíveis no Mercado

tipos de torras de café
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Quem nunca viu um cafeeiro talvez não saiba que os grãos de café (fruto) nascem verdes, para depois de tornarem vermelhos ou amarelos (cerejas), quando amadurecem para a colheita.

Porém, o grão ou pó de café dentro das embalagens comercializadas no mercado é seco e marrom, uma coloração resultante dos tipos de torra de café.

Embora de cores diferentes, tanto os grãos de café tradicional quanto os grãos do café especial passam pelo processo de torrefação, com diferentes torras. Por isso existe uma variação na cor de cada um deles.

A torra Ă© capaz de converter cerca de 300 compostos originais no grĂŁo em mais de 1000 outros compostos diferentes, dependendo do grau da queima Ă  qual o grĂŁo cru Ă© submetido.

Isso não só vai influenciar na cor do café, como também na acidez, corpo e aroma do produto, evidenciando características diferentes no resultado da bebida.

Portanto, os tipos de torra de café são os responsåveis pelas transformaçÔes químicas e físicas do grão, e o que vai ressaltar as melhores características do café.

De acordo com a maneira como se faz a torra, vocĂȘ consegue obter sabores pronunciados de avelĂŁ, chocolate, frutos, entre outros.

Interessante, nĂŁo?

Se quiser saber mais sobre o assunto, continue nos acompanhando abaixo para descobrir como o processo de torrefação pode realçar o sabor da bebida e oferecer características tão especiais.

O que é torrefação?

O grão de café passa por vårios processos até se transformar na bebida que tanto apreciamos. A torrefação é uma dessas etapas. Nesse processo, queima-se os grãos com o intuito de adquirir as características especiais da bebida.

Após a colheita, os grãos ainda crus são selecionados e colocados para secar. Depois de secos, passam pelos processos de torrefação e moagem (caso necessårio).

Durante a torrefação, o grĂŁo cru Ă© submetido ao aquecimento gradual de um torrador, sendo que cada tipo de cafĂ© Ă© Ășnico e vai reagir de maneira diferente dentro dele.

Esse processo provoca mudanças físico-químicas no grão. Além disso, leva, em média, até 15 minutos, em exposição a temperaturas que vão variar entre 180 °C a 240 °C. Essa variação depende do grau dos tipos de torra de café desejados.

O calor do torrador desencadeia diversas reaçÔes ao transformar os amidos em açĂșcares e quebrar as molĂ©culas de proteĂ­nas. No processo, eliminam-se os ĂĄcidos, sendo que os Ăłleos atingem a superfĂ­cie do grĂŁo e as substĂąncias volĂĄteis sĂŁo liberadas, aromatizando cada tipo de grĂŁo de formas diferentes.

O ponto de torra é controlado de maneira minuciosa por um profissional. Este especialista acompanha visualmente a evolução da cor dos grãos por um coletor de amostras, ou pelo perfil de torra com o auxílio da tecnologia.

O resultado é uma bebida encorpada, doce, de coloração caramelada e com uma alta complexidade em notas sensoriais. Ademais, vale dizer que as notas sensoriais observadas vão variar conforme o tipo de torra, espécie e outros fatores de produção.

escolhendo os grãos do cafézinho

Como é o processo de torra do café?

O processo de torrefação do café pode durar de sete a quinze minutos, além de variar também na temperatura (de 180 °C a 240 °C) em que os grãos são submetidos, dependendo do grau de torra desejado.

Porém, antes de iniciar a torra propriamente, faz-se a torrefação de uma pequena amostra, a fim de se conhecer o perfil do café e criar um padrão de torra para extrair as qualidades desejadas dos grãos.

Esse processo ajuda a criar cafés especiais, torrados da melhor maneira possível para que o consumidor aproveite todas as notas sensoriais da bebida.

Em seguida, coloca-se o cafĂ© em um grande funil na parte superior do torrador, em pequenas quantidades para se obter uma maior precisĂŁo. No caso de um cafĂ© gourmet especial, costuma-se torrar de trĂȘs a dez quilos de cada vez.

O torrador possui um painel que indica a temperatura interna do tambor, do ar e dos grĂŁos.

Inicialmente, o tambor se esfria enquanto os grãos começam a absorver calor, em média a cada 10 °C por minuto, sendo cada minuto acompanhado até se obter o ponto de torra desejado.

Todo esse processo de torra leva trĂȘs fases principais: pirĂłlise, caramelização e finalização. Cada processo esta detalhado a seguir.

PirĂłlise

Nessa fase, os grĂŁos perdem massa e umidade, ficando com 11% a 12% de umidade. Aqui Ă© trabalhado o corpo da bebida, transformando os grĂŁos verdes em amarelos.

Durante o processo, a sacarose é transformada em glicose e frutose, e os carboidratos e aminoåcidos se degradam (Reação Maillard). Jå é possível sentir no ar um aroma de massa assando.

Caramelização

Essa Ă© a fase em que os grĂŁos devem estar entre 170 °C e 190 °C, para se obter a sua doçura, atravĂ©s da caramelização dos açĂșcares e Ăłleos essenciais do cafĂ© que começam a ir para o exterior do grĂŁo.

Por isso, a cor do grão fica marrom e acontece o primeiro “Crack”, o momento em que os grãos se expandem por conta da pressão interna, abrindo uma rachadura no meio.

JĂĄ o segundo “Crack” Ă© audĂ­vel como o som de pipoca estourando, indicando que o cafĂ© jĂĄ estĂĄ quase pronto.

Finalização

A finalização ocorre apĂłs o segundo “Crack”, etapa em que se trabalha a acidez da bebida, sendo que quanto antes o cafĂ© for tirado do torrador, mais ĂĄcido serĂĄ o resultado.

Após a finalização, os grãos são despejados sobre uma chapa de metal cilíndrica com furinhos e pås giratórias, para ventilar e resfriar o café.

Depois disso o cafĂ© fica “descansando” para ser moĂ­do em seguida ou nĂŁo.

Todas essas fases de torra envolvem muita tecnologia, através de softwares e torradores que podem fazer todo o trabalho sozinhos.

É possĂ­vel tambĂ©m utilizar o parĂąmetro de curva de torra, que indica a temperatura, acidez e doçura dos grĂŁos a cada minuto, apresentados em um grĂĄfico, a fim de se criar padrĂ”es de torra e manter a qualidade da bebida final.

colhendo os grãos do fruto de café

Os tipos de torra de café

Sabemos que existem diversos tipos de café no mundo, porém um dos fatores mais importantes para definir as suas características é o processo de torra. Jå deu para perceber que durante a torra que se define o sabor, aroma e coloração do café, certo?

Assim, o tempo de torrefação em altas temperaturas que vai determinar as diversas tonalidades, níveis de sabor, aroma, corpo, acidez, amargor, finalização, equilíbrio, entre outros aspectos da bebida.

Com isso, o mesmo grão de café gourmet pode ter características, dependendo do ponto de torra escolhido.

Basicamente, hå 3 tipos de torra de café: clara, média e escura, cada uma produzindo um grão diferente, dependendo do sabor desejado na bebida.

Em geral, os grãos mais torrados resultam em um café menos åcido e encorpado, sendo que os menos torrados vão apresentar menos aroma.

Como é a quantidade de calor que define a coloração dos grãos, quanto maior a temperatura, mais escuro ele fica, podendo também mascarar os defeitos ou alteração no grão do café.

Portanto, as altas temperaturas ajudam a destacar algumas caracterĂ­sticas, mas tambĂ©m podem destruir outras. Veja os trĂȘs tipos de torra de cafĂ© abaixo:

Torra clara ou light

Essa torra torna o café mais suave, pouco amargo e mais åcido. Portanto, ela acentua a acidez cítrica e os aromas florais do café, enquanto diminui o seu amargor.

Ao diminuir o tempo de torra, o processo reserva os Ăłleos aromĂĄticos dos grĂŁos, produzindo um cafĂ© menos encorpado e mais seco, de sabor mais suave. A temperatura para essa torra varia entre 180 a 240 °C.

A torra clara é ideal para cafés extremamente finos e delicados, como os usados em måquinas de café espresso.

A torra do cafĂ© expresso Ă© tambĂ©m conhecida por torra “Light”, “Cinnamon” (canela), “New England”, “Half-city”, por conta da cor.

Torra média ou medium

O tipo de torra média, como o próprio nome jå pode indicar, busca o ponto de equilíbrio das características do café, podendo ser um meio-termo entre a torra clara e a escura.

Neste caso, o resultado Ă© de um amargor, aroma, acidez e corpo equilibrados, e em tonalidades diferentes que vĂŁo do marrom ao vermelho.

AlĂ©m disso, hĂĄ uma intensa caramelização dos açĂșcares e a decomposição dos ĂĄcidos naturais, diminuindo os Ăłleos essenciais do grĂŁo.

Dessa forma, o cafĂ© fica mais encorpado, com sabor aveludado, menos ĂĄcido, rĂșstico e mais intenso, prolongando o sabor na boca. Essa torra Ă© perfeita para um cafĂ© coado em filtro de papel ou coador de pano.

O processo de torra completo pode durar cerca de 7 a 11 minutos, dependendo do sabor e coloração desejados.

Torra escura ou dark

A torra escura produz um café mais forte, com o menor nível de acidez, mais amargor e menos corpo. Isso porque os óleos são preservados no grão, auxiliando a acentuar o sabor e aroma da bebida.

Em relação à cor, as tonalidades são obviamente mais escuras, em tons amarronzados fortes. No entanto, precisa-se prestar mais atenção à queima dos grãos, para que estejam escuros e não queimados.

Um grão de café queimado resulta em uma bebida amarga, sem acidez e aroma. Por isso, é importante controlar o tempo de torra, que deve se manter por no måximo 12 a 13 minutos.

Essa torra é perfeita para quem deseja um café forte, com sabor robusto e aroma intenso, podendo ser utilizada em diferentes måquinas de café.

Normalmente o sabor Ă© comparado a notas de chocolate e caramelo, por isso a impressĂŁo de um cafĂ© mais forte. A torra Ă© tambĂ©m conhecida como “Espanha”, “Cuba” ou “French-roasted”.

Pronto! Agora que vocĂȘ conhece as diferentes torras de cafĂ©, sabe que o processo de torrefação Ă© decisivo para a formação das caracterĂ­sticas de aroma e sabor da bebida.

Lembrando também que cada grão se comporta de uma maneira durante esse processo. Portanto, quando for escolher o seu café, não se esqueça de conferir o grau da torra.

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